Encontro




Faço nosso ponto
no encontro que você não fez,
nas esquinas onde nossas mãos,
vazias, vadias,
não se tocaram.
Faço o encontro
no ponto onde nossas bocas calaram,
não rolaram para o beijo,
o único, que ficou para as flores.
Faço do ponto o encontro
já sem razão... Talvez,
sua vida se desfez
pelo espaço curto,
no momento incerto,
mas, faço, sou parte de algo,
como você, parte de tudo,
de alguma saudade em cada coisa,
tocada, remexida,
rebuscada naquela canção,
no vestido jogado ao corpo
pelo café da manhã, antes do beijo,
no corriqueiro cotidiano.
Faço o ponto sem encontro,
apenas, uma leve saudade
de coisas, fatos que desconheço,
nem mesmo sabia seu endereço,
mas, faço o encontro
naquele ponto que você sem se virar,
fez da viagem um caminho sem volta,
sem bagagem,
deixando, até mesmo, uma mala pesada
prontinha, cheia de saudade.