Valeu


Fui só, sempre só,
mas, como ser infinitamente só,
se tem uma saudade
que baila no peito,
flutua nos olhos e fala de você?
Se só, tendo a febre do amor,
pulsando, calando emoções
é portar a felicidade de ter amado,
e eu digo que... valeu.
Quem no amor, não pôde sentir a punhalada,
mesmo sendo pela mão amada
deferido contra o peito.
Quem não amou, não viveu.
Olha, quem sabe o sabor do primeiro beijo,
nem o gosto amargo do último,
naquele adeus que desprende, solta o preso
e a presa segue só na voragem;
olha isso é viver,
é ser cativo ao amor, a saudade,
tentando ludibriar as decepções.
Sou só, sou saudade,
mas, sou também todo seu,
cultivando a dor na meiguice da sua lembrança
e proferindo minha prece a Deus,
dizendo que... Que valeu!