Carinho e saudade



Outra vez
a mecha dourada dos seus cabelos
se desmancham contra meu rosto,
seus olhos frente aos meus,
um lago azul,
um convite,
nem sequer um limite
ou freios que segurem minhas ânsias.
A dois, nos tocamos,
nos trocamos,
vez primeira pela febre,
o desejo esvai-se pelo ar,
esvoaça a cortina,
corrompendo o pudor da noite
que nos abriga,
nos esconde da fadiga,
do cansaço da saudade de ontem.
Suas contas inventam,
propagam histórias pela cama,
burilando todo o jogo, a trama
do nosso único amor.
Quase um sonho,
uma vida que se vai,
a saudade se desfez,
outra vida mais uma vez,
apenas, o momento fica pela folha ao vento,
gravado para sempre, deixando...
Quase, que a mesma saudade.