Nas areias de uma tarde ...




Nos céus azuis dos seus olhos
tentei caminhar,
voar,
descobrir as razões,
os motivos da sua vinda
pelos momentos tensos,
angustiosos, imensos,
que as ilusões me legavam.
Nos espaços dados,
revelados
transitoriamente pelos céus dos seus olhos,
pelo azul da sua vida,
tentei novamente
transpor as cores,
penetrar, sentir suas razões,
talvez, pena,
repentina ficção anterior,
vinda do seu passado desconhecido
ao meu presente aberto,
deserto,
feito das coisas que ruíram,
das causas sem efeito.
Tentei navegar pelos azuis,
pelos lampejos
já em desejos
daqueles olhos,
que nada me falaram
também, além de saudade.