Humildemente...




Peço desculpas,
a chuva molhou você,
foi um acaso
a parte pequena do caso
a ressurreição de uma saudade.
Peço desculpas, fez frio,
a ausência calou fora do tempo,
rolou pelo vento
e nevou branco no seu cabelo.
Peço desculpas pela falta
que exalou febrilmente minha lembrança,
sem o toque de meiguice,
apenas surpresa.
Mas, peço desculpas pelo todo
que foi breve,
sempre o bastante
para recortar os quadros da época,
enfeitando as paredes em sombras
da profunda solitude,
onde a sua a minha
incoerente juventude
rolou, mas que o movimento,
que a pressa do relógio que marcou zero hora.
Peço desculpas,
nós dois sem culpas,
sem apelações e complexos.
Também sem emoções,
apenas, apenas suspiram os reflexos
nos ecos das desculpas,
tardias, mas, suportáveis
pelos corredores molhados pela chuva
que nos fez nas lágrimas do céu.