Você sempre você






Memória,
na lembrança das botas sobre a relva,
naquela vida
quase selva,
nas madrugadas pelo trabalho,
o corpo molhado,
cheiro de mato, de vida.
E sem querer eu me lembro.
Sei que é uma fuga apressada,
tentativa de sair daqui,
de hoje, sem reclamos,
buscar no inexistente
a existência que me toca agora;
daí a vontade,
que parece saudade
de voltar, ir embora.
Sei que não quero falar com a memória,
lembranças, sem que...
Tropece em tudo que vive antes,
em você, você
que ofusca meus anteriores.