Repúdio




Sei...
nada volta mais,
tudo se foi sem retorno.
As pessoas falam,
indagam por coisas de ontem,
pelo adeus sem lágrimas.
Sei...
já sem voltas,
as luzes são opacas
nos olhos sem brilho,
sem rútilo.
São chuvas que lamentam
desfazendo o desgosto da seca,
molhando a boca que canta,
sangrando os lábios que imploram.
Sei...
sem nunca querer saber,
sofrer,
calcular pedras,
areias pelos olhos
que rebuscavam pranto,
espanto,
tormenta sem conforto,
sem teto
nem céu aberto,
pelos azuis dos olhos que vieram
nos afagos
que ainda trago,
das idas,
sei... Sem retornos.