VIDA.
Não procure nos meus olhos aquela luz que refletia vida plena, pois os anos levaram sua luminosidade.
Não espere ouvir de minha boca aquelas frases cortantes, decididas em um tom maior , hoje são indecisas, murmuradas e emolduradas no esquadro que o tempo desenhou.
E do meu peito , onde havia um coração errante , de sentimentos fortes, de firmes e decididos , hoje apenas estremesse ao recordar emoções passadas.
Membros antes fortes, hoje, acomodados pela senecencia imposta pelo tempo, se mostram como garras sem unhas.
Essa imagem real , esse reflexo que vejo projetado no espelho cristalino do tempo, me faz compreender que é o momento é o agora , é o pouco que ainda resta a ser bailada nessa valsa chamada vida, que vale a coragem de ainda ser.