No pensamento a perda




Sei que, onde anda você,
não são em nossos lugares,
que a noite vazia
tranquila fazia,
rolava para nós.
Onde você anda pelo dia,
o sol pouco brilha,
sem que os afetos molhem seu rosto
e o bronze cole em sua pele.
Sei que suas tardes
andam,
rolam em saudades
naquele ocaso quase parado
pelo tempo, nas horas que escoam
em suas andanças impelidas,
compelidas,
as buscas vãs,
onde nada se faz em seu tudo
na simples razão de você ser você,
sem se importar com o mundo,
com a vida que rola do outro lado,
lado das pessoas,
de mãos dadas com a vida,
com amor.
Não sei em que ponto,
qual o encontro,
onde você anda,
enquanto paro as horas naquele momento,
quando nossos olhos se trocaram
e pela última vez
nossas bocas rolaram no beijo;
nas mãos o último toque,
a sinfonia que apagou a tarde
e fez das suas, a minha andança
pelas notas da saudade.