Viagem
 
A encosta escura, coberta era pela bruma clara, fria bailava.
Não era outono, inverno, primavera, era tarde entre curvas e distâncias.
Passos incertos, inseguros, perdidos, em chuva fria molhando o rosto.
Então se cria, se faz, feito o oposto, de coragem  potente se vê o medo.
Escada escura da vida desponta, o peito se fecha, se cala levanta, rebelde luto, encara e espera a distância curta que o sonho separa.
Do medo a ardente paixão transforma, fazendo curta a distância da encosta, legando paz na brancura do teto, levando insônia a quem estava tão perto.
A prece dita ao peito amado, entre sombras, ruídos distantes, batidas do relógio no silêncio da noite. 
Silêncio, silêncio nas sombras em meio a saudade daquele verão.