Nossas coisas
Aquele mesmo sorriso, hoje tenho de volta, emoldurado pelo mesmo rosto, o ambiente, ainda, é o mesmo, o tom azulado das paredes, papéis soltos, perdidos a esmo, silenciosamente adivinhavam tua vinda.
Vestido branco, preso por alças te fazia meiga, tão linda.
Te sinto a mesma, abraçada aos ventos, preso ao que fui, preso sou ao que fostes.
Abraças, então, ao corpo de ontem, afago-te ao momento de hoje.
Segundos se fazem em horas, momentos voam na lembrança; somos únicos, estás em silêncio, meu murmúrio te abraça... é a espera, que o tempo pare neste momento, onde existe o mesmo sorriso, de um menino em meio a coisas azuladas dos papéis soltos a esmo e de tua vida as nossas coisas passadas.