Efêmero






Eu sei,
não há medo
nem segredos,
nem ao menos mistérios,
o tempo já se faz curto,
tenho que ir mais cedo,
já é quase tarde,
a saudade, a saudade
me chama,
grita pelo nome na amplidão,
no espaço vazio que ficou
na distância que domina,
que viaja para longe,
mais longe
que as nuvens que se foram,
passaram e sumiram no horizonte.
Eu sei
que não devia levar,
carregar tão sério este fardo,
mas as noites pesam muito
daí, paro, misturo trechos
enquanto os receios fogem
pela coragem que invade,
muito mais pelo medo
de ser só e sentir as loucuras
de uma imensa saudade.