Desenlace
Todo rompimento é traumático, de modo que ao nascermos já sentimos o corte operar uma falta. Mas parece que para alguns de nós, os "homens de gênio", todos os vínculos são mais frágeis, frouxos e instáveis. E, como que por ironia, o desenlace operado se faz quando, num esforço exaustivo, tentamos mantê-lo atado. E o que há de tão desagradável no trauma proveniente deste corte? Para mim, aparentemente, é a sua capacidade de ensinagem, pois ele nos alerta para um perigo potencial semelhante. E isto promove um retraimento progressivo que nos coloca de frente com a solidão. No entanto, não se pode evitar que haja rompimentos, e , por conseguinte, o que há nele de traumático e doloroso, afinal, o que constitui o espaço humano é o viver com... Mas, E se não conseguirmos mais estar com? Talvez possamos dizer e , arrisco também afirmar que, tenhamos de aceitar o operar da seleção natural, que não nos imunizou o suficiente para o conduzir das relações atuais de nossa espécie; somos os menos aptos e vivemos esburacados, espaços abertos constantes que deixam boa parte de nossa energia escoar. Nesse quase destino trágico surge, contudo, uma pergunta complexa: Haverá alguém que estenda os braços e faça um holding necessário ? que nos habilite a viver em um meio e suportando as frustrações que todas os laços tendem a promover, pois em si já estão fadadas ao fracasso?