PROFESSOR FRANCISCO ARDUÍNO: O PRIMEIRO DIRETOR DO IEDE -SEDE NO RIO DE JANEIRO.
Por Sandra Malafaia
Por Sandra Malafaia
Criador do Centro de Diabetes, que se tornaria, em 1967, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), o professor Francisco Arduíno, então recém-chegado da Joslin Clinic, EUA, teve extrema importância para o desenvolvimento do tratamento do diabetes no Brasil.
Primeiro diretor do IEDE, ele ficou apenas dois anos no cargo, passando a chefiar o Serviço de Diabetes. Segundo o Dr. Ricardo Meirelles, diretor atual do IEDE, o Dr. Arduíno ficou pouco tempo na direção porque gostava mesmo era de fazer o atendimento do paciente com diabetes. "O Arduíno foi um visionário, uma pessoa que realmente estava adiante de seu tempo. Voltou dos Estados Unidos cheio de idéias e conseguiu enxergar no diabetes uma doença extremamente importante - que hoje estamos vendo que é uma verdadeira epidemia mundial,preocupante pelas suas consequências - numa época em que isso tudo não era tão conhecido", afirma o Dr. Ricardo.
Ele acrescenta que, ao criar o Centro de Diabetes, o Dr. Arduíno reuniu uma equipe em torno de si que se interessava também por outras doenças endócrinas, fazendo com que, com o passar do tempo, esse Centro ganhasse mais importância e se tornasse o IEDE. "Desde 1968, o IEDE é o único hospital, propriamente dito, voltado exclusivamente para diabetes e outras endocrinopatias. Naquela época, Arduíno trabalhava com o diabetes e foi, provavelmente, o único médico brasileiro exclusivo para essa disfunção", ressalta o Dr. Ricardo.
O DNA do Instituto
Na direção do IEDE desde oito de fevereiro de 1990, o Dr. Ricardo considera que o Instituto tem como base os ensinamentos e exemplos de três professores, que formaram os médicos que chegariam depois e que continuariam trabalhando na mesma linha e ética de seus antecessores: Francisco Arduíno, José Schermann e Jayme Rodrigues. "Não posso falar sobre o Instituto sem mencionar esses três mestres, que se complementavam, cada um com seu jeito especial de ser, e dos quais nós, que estudamos com eles, herdamos o DNA do IEDE".
"Quem teve a sorte de conviver com esses três personagens inesquecíveis, tem um preito de gratidão com todos eles pra ser mantido durante toda a vida, porque nós somos o produto dessa trinca, o que é extremamente positivo. Isso porque, se você conhece o que norteou a criação de uma instituição e concorda com esses princípios, tem condições de manter aquela filosofia. E, até hoje, todos os diretores do IEDE foram do próprio Instituto, conseguindo conservar suas três vertentes principais: assistência, ensino e pesquisa", comenta.
Primeiros Tempos
O Dr. Raul Faria Júnior, outro grande personagem da endocrinologia nacional, se recorda bem dos primeiros tempos do Instituto. "Francisco Arduíno criou a assistência especializada aos diabéticos, iniciando um ambulatório e enfermaria específicos para tratamento desses pacientes. Nessa época, o arsenal terapêutico se compunha apenas de insulina. Quando surgiram os primeiros antidiabéticos orais, todos ainda em fase experimental, seus efeitos colaterais eram tão temíveis que sua administração só se fazia em repetidos controles periódicos, com provas de função hepática e hemogramas. O Dr. Arduíno era uma pessoa mais contemporizadora, mais cordata, e deu grande expansão ao tratamento do diabetes no Brasil", explica.
Já o Dr. Ivan Ferraz afirma que seu primeiro contato com a endocrinologia se deu através de um livro sobre o diabetes, escrito pelo Dr. Arduíno. Dois ou três anos após, ele era residente do IEDE e na chefia do Serviço de Diabetes estava o Dr. Arduíno. "Figura ímpar, extremamente polido, culto, profundo conhecedor de Clínica Médica, o Dr. Arduíno sempre foi muito preocupado com a Educação em Diabetes e cuidou de selecionar os melhores especialistas para escreverem sobre temas específicos em seus livros", lembra o Dr. Ivan.
Ele diz ainda que, tão logo terminou sua residência, foi indicado pelo Dr. Leão Zagury, ao Dr. Arduíno, a permanecer no Serviço de Diabetes. "Com certeza, aprendi muito com ele, não só na medicina como também com relação ao seu caráter. Embora bem-sucedido, era um homem despojado e não parecia fascinado pelo poder", afirma o Dr. Ivan.
Simples, Calmo e Afável
"Mesmo tendo criado o Centro de Diabetes, o mestre Francisco Arduíno, médico simples, calmo e afável, fazia questão de não ser chamado de professor. Não satisfeito apenas com o seu Centro, imaginou um instrumento que divulgasse e servisse para guias de conduta desta doença, em seu meio. Surgiu, então, a primeira edição do livro 'Diabetes Mellitus', escrito por ele, já com a colaboração de outros especialistas", lembra o Dr. Maurício Barbosa Lima.
Diretor do IEDE na década de 1980, o Dr. Maurício afirma que foi uma honra ter como funcionário e Chefe de Serviço o Dr. Arduíno, sendo inesquecível o apoio que recebeu desse grande mestre. "O tempo e o destino me colocaram novamente em contato com ele. Desta vez, como colaborador em seu próprio consultório, onde pude conhecê-lo melhor, como exemplo de figura humana. Neste período, pude acompanhá- lo em sua luta de dez anos contra a doença que o vitimou, mas nunca deixou de trabalhar e de ensinar", declara o Dr. Maurício.
Primeiro diretor do IEDE, ele ficou apenas dois anos no cargo, passando a chefiar o Serviço de Diabetes. Segundo o Dr. Ricardo Meirelles, diretor atual do IEDE, o Dr. Arduíno ficou pouco tempo na direção porque gostava mesmo era de fazer o atendimento do paciente com diabetes. "O Arduíno foi um visionário, uma pessoa que realmente estava adiante de seu tempo. Voltou dos Estados Unidos cheio de idéias e conseguiu enxergar no diabetes uma doença extremamente importante - que hoje estamos vendo que é uma verdadeira epidemia mundial,preocupante pelas suas consequências - numa época em que isso tudo não era tão conhecido", afirma o Dr. Ricardo.
Ele acrescenta que, ao criar o Centro de Diabetes, o Dr. Arduíno reuniu uma equipe em torno de si que se interessava também por outras doenças endócrinas, fazendo com que, com o passar do tempo, esse Centro ganhasse mais importância e se tornasse o IEDE. "Desde 1968, o IEDE é o único hospital, propriamente dito, voltado exclusivamente para diabetes e outras endocrinopatias. Naquela época, Arduíno trabalhava com o diabetes e foi, provavelmente, o único médico brasileiro exclusivo para essa disfunção", ressalta o Dr. Ricardo.
O DNA do Instituto
Na direção do IEDE desde oito de fevereiro de 1990, o Dr. Ricardo considera que o Instituto tem como base os ensinamentos e exemplos de três professores, que formaram os médicos que chegariam depois e que continuariam trabalhando na mesma linha e ética de seus antecessores: Francisco Arduíno, José Schermann e Jayme Rodrigues. "Não posso falar sobre o Instituto sem mencionar esses três mestres, que se complementavam, cada um com seu jeito especial de ser, e dos quais nós, que estudamos com eles, herdamos o DNA do IEDE".
"Quem teve a sorte de conviver com esses três personagens inesquecíveis, tem um preito de gratidão com todos eles pra ser mantido durante toda a vida, porque nós somos o produto dessa trinca, o que é extremamente positivo. Isso porque, se você conhece o que norteou a criação de uma instituição e concorda com esses princípios, tem condições de manter aquela filosofia. E, até hoje, todos os diretores do IEDE foram do próprio Instituto, conseguindo conservar suas três vertentes principais: assistência, ensino e pesquisa", comenta.
Primeiros Tempos
O Dr. Raul Faria Júnior, outro grande personagem da endocrinologia nacional, se recorda bem dos primeiros tempos do Instituto. "Francisco Arduíno criou a assistência especializada aos diabéticos, iniciando um ambulatório e enfermaria específicos para tratamento desses pacientes. Nessa época, o arsenal terapêutico se compunha apenas de insulina. Quando surgiram os primeiros antidiabéticos orais, todos ainda em fase experimental, seus efeitos colaterais eram tão temíveis que sua administração só se fazia em repetidos controles periódicos, com provas de função hepática e hemogramas. O Dr. Arduíno era uma pessoa mais contemporizadora, mais cordata, e deu grande expansão ao tratamento do diabetes no Brasil", explica.
Já o Dr. Ivan Ferraz afirma que seu primeiro contato com a endocrinologia se deu através de um livro sobre o diabetes, escrito pelo Dr. Arduíno. Dois ou três anos após, ele era residente do IEDE e na chefia do Serviço de Diabetes estava o Dr. Arduíno. "Figura ímpar, extremamente polido, culto, profundo conhecedor de Clínica Médica, o Dr. Arduíno sempre foi muito preocupado com a Educação em Diabetes e cuidou de selecionar os melhores especialistas para escreverem sobre temas específicos em seus livros", lembra o Dr. Ivan.
Ele diz ainda que, tão logo terminou sua residência, foi indicado pelo Dr. Leão Zagury, ao Dr. Arduíno, a permanecer no Serviço de Diabetes. "Com certeza, aprendi muito com ele, não só na medicina como também com relação ao seu caráter. Embora bem-sucedido, era um homem despojado e não parecia fascinado pelo poder", afirma o Dr. Ivan.
Simples, Calmo e Afável
"Mesmo tendo criado o Centro de Diabetes, o mestre Francisco Arduíno, médico simples, calmo e afável, fazia questão de não ser chamado de professor. Não satisfeito apenas com o seu Centro, imaginou um instrumento que divulgasse e servisse para guias de conduta desta doença, em seu meio. Surgiu, então, a primeira edição do livro 'Diabetes Mellitus', escrito por ele, já com a colaboração de outros especialistas", lembra o Dr. Maurício Barbosa Lima.
Diretor do IEDE na década de 1980, o Dr. Maurício afirma que foi uma honra ter como funcionário e Chefe de Serviço o Dr. Arduíno, sendo inesquecível o apoio que recebeu desse grande mestre. "O tempo e o destino me colocaram novamente em contato com ele. Desta vez, como colaborador em seu próprio consultório, onde pude conhecê-lo melhor, como exemplo de figura humana. Neste período, pude acompanhá- lo em sua luta de dez anos contra a doença que o vitimou, mas nunca deixou de trabalhar e de ensinar", declara o Dr. Maurício.
Associação dos Ex-Alunos do Instituto Estadual de Diabetes
e Endocrinologia Luiz Capriglione (ASSEX - IEDE)
2018.
e Endocrinologia Luiz Capriglione (ASSEX - IEDE)
2018.
FRANCISCO ARDUINO- ERA MEU TIO=IRMÃO DE MINHA FALECIDA MÃE- LÚCIA ARDUINO VERRI- PONTIFICOU-SE NA MEDICINA E FOI O PRIMEIRO MÉDICO-CIENTISTA EM ESTUDAR E PRATICAR A MEDICINA EM TORNO DA DOENÇA DIABETES "MELLITUS", NASCIDO NA CIDADE PAULISTA DE JAÚ(SP) E FILHO DE JOSEPH ARDUINO, MEU AVÔ, EMIGRANTE ITALIANO QUE RESIDIU NA CIDADE DO INTERIOR DE SÃO PAULO,TENDO SE DESTACADO NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL, REGISTRADO NO CREA NAS DÉCADAS DE 1940 E 1950, QUANDO NÃO EXISTIA MUITOS ENGENHEIROS NA ÉPOCA.ER O "NONO"-"PROJETISTA CONSTRUTOR"...UM AUDIDATA AUTÊNTICO...tudo com modéstia à parte,naturalmente!!!