SAUDADE NA TARDE DE DOMINGO
Mais uma tarde de domingo, parece até ser como outra tarde qualquer, o sol forte a brilhar, o calor a invadir, o suor a cair. Na cabeça? Pensamentos quase esquecidos.
Trago aqui minhas saudades, saudades do meu lugar, lugar onde nasci, cresci, sorri, onde de fato aprendi que não importa onde eu ande minhas raízes continuam fincadas ali.
Quanta nostalgia se revela, quanta lembrança tão bela, seria eu capaz de novamente mergulhar nela, para reviver tantos momentos que assim como o sol desta tarde brilham ainda no interior do peito. Saudade batendo forte daqueles que longe estão: o pai, a mãe, os irmãos, os amigos, os tios e até do batido chão que por tantas vezes enchera de calos meus pés, que de tanto correr atrás da bola feita de sacola quase sempre havia de faltar um pedaço. Ah! Quanta saudade eu sinto.
O tempo passou tão rápido e não teve pena de mim, levou-me para longe de onde um dia eu vim. Hoje, eu já não vejo mais o sol a nascer por trás da montanha que havia em frente à minha velha casa, e nem a Lua cheia trazendo o seu brilho cor de prata surgindo lá de trás da mata, não vejo mais as vaquinhas pastando no final do dia enquanto sentado eu estava em uma cadeira de couro e observava cada inocente movimento dos amados quadrúpedes. Ah! Era lindo.
Quanto a ti ó tempo, me causa alegria e tristeza, muita coisa me acrescera, no entanto, outras tantas me tiraras.
Enfim... Voltemos então para cá, o dia logo mais vai findar, o sol vai se esconder e novamente sozinho estou eu cá, vivendo de lembranças que logo mais serão apenas saudades, que passarão a habitar os territórios mais inóspitos da mente até sumirem de vez. Só resta agora esperar o dia de ir para além daqui aonde a lembrança ou saudade não mais me castigarão.
Assim sendo, conformo-me.