Pai...
Pai, se pudesse novamente olhar-te nos olhos,
e me fazer ouvir, repetiria o quanto te amo infinitamente,
o quanto sempre me orgulhei e me orgulho de ti.
Sinto saudades das nossas conversas, das nossas risadas,
das poucas vezes em que saímos apenas eu e você.
Entrastes em minha vida, e não tinhas obrigação nenhuma de amar-me,
mas sei que me amou mesmo assim.
Nos últimos dias pude ver o medo que tinhas da partida,
da dor de tanto tempo perdido, dos sonhos não vividos.
Lembro-me de teus olhos cheios de lágrimas
e de mim enxugando-os, querendo carregar-te
em meus braços e impedir a morte de levar-te.
Paizinho, quão doído foi ver-te definhar diante meus olhos
e ver-te vencido por ela.
Hoje me resta apenas às lembranças de momentos felizes,
pois as tristes, se quer consigo imaginar que um dia as vivi.
Pai queria tanto ter-te aqui ao menos por alguns segundos
abraçar-te fortemente e não deixar-te partir.
Quisera fazer o tempo voltar e incansavelmente
repetir o quanto te amo eternamente
“meu querido Paizinho”.