O TEMPO
"O silêncio me falou desse tempo que passou, que ele pode consertar aquilo que se quebrou... Só o tempo vai mudar as coisas de lugar... Só o tempo vai curar a dor..."
Uma vez estava eu conversando com meu pai sobre certos acontecimentos que me causavam tristeza e dor.
Aí ele me respondeu: filha o tempo é o soberano da cura dos males e o perpetuador das alegrias em nossa alma.
Ele tem razão.
Nada como o tempo para que possamos nós superar os obstáculos e as dores.As perdas e são tantas no decorrer de nossas vidas, as decepções e os dissabores são tantos, que à vezes a gente pensa: vou desistir...
Mas, o tempo também se encarrega de marcar como em uma tatuagem na alma, as coisas boas.Uma vez cicatrizada as feridas esse mesmo senhor tempo nos permite usufruir das boas lembranças do que passamos.
Do saquinho de jujuba comido no cinema, ao beijo roubado do primeiro namorado, do cheiro de perfume vindo da cozinha materna, ao primeiro choro do bebê recém nascido que ganhamos de presente do Universo. Nessas lembranças aparecem os sons, todas essas músicas que nos embalam e marcam a vida: as cantigas de ninar, aquelas cantigas de roda, onde o cravo brigou com a rosa, saindo ferido e ela despedaçada;chegando ao Help que gritamos na fase adolescente e ao “Smile” eterno que nos manda sorrir quando a dor nos procurar, à Carolina que vê a banda passar e nem percebe a “Alegria Alegria” dos que caminham sem lenço e sem documento até o desejo de só hoje poder tomar um café com o ser amado, quando ele chega e ilumina tudo..
As boas lembranças deixam marcas. .
Enfim...as dores que nos foram causadas, uma vez cicatrizadas deixam as boas lembranças impregnadas em nós.
Tão bom sabermos disso, porque hoje temos a certeza de que quando espetamos o dedo nos espinhos das flores, ficará sempre o perfume e a beleza dessas mesmas flores conosco.
Não importa o que estejamos vivendo nesse momento. Se for um momento ruim...vai passar, cicatrizar, mas se for um bom momento, ele permanecerá em nossa alma de forma indelével.
Bom saber isso, bom saber que a maturidade nos dá isso. A certeza de que o belo permanecerá, e o feio...morrerá.
Vida longa ao belo! Como uma obra de arte, que se valoriza com o correr do tempo, as nossas boas lembranças, são eternizadas como um quadro na parede, ou uma escultura radiante em nossa sala vital!
Beijos sonoros