Com o tempo aprendemos a viver sem

No começo parece que a nossa vida vai parar, principalmente porque as horas não colaboram, tudo passa mais devagar. A gente tenta de tudo mas no fundo sabemos que tudo que fizermos só estaremos adiando o inevitável

O peso de recomeçar é insuportável, não temos força pro recomeço; voltar a sair, baladas e romances fúteis, conhecer um outro alguém, se envolver e tudo acabar como sempre acontece. A desilusão toma conta do nosso ser.

Como vou continuar? Como vou passar naquela rua de novo sem lembrar? Como que faz para pular essa fase e tudo ficar bem? A gente se pergunta um milhão de coisas. A única certeza, porém, é que no fim a gente aprende a viver sem, daquele mesmo jeito que a gente vivia antes com.

A gente acaba aprendendo a continuar. A gente aprende a passar naquela rua sem lembrar – ou aprendemos a lidar com as lembranças que nos trazem a saudade. A gente aprende que pular a fase não faz a gente esquecer, é preciso receber cada um dos dias do jeito que eles aparecem pra gente.

A gente aprende a viver sem um monte de coisas e pessoas nessa vida, mas a única delas que não podemos viver sem somos nós mesmos. A gente não pode esquecer de quem somos, do que gostamos e de onde queremos chegar. Podemos tranquilamente aprender a viver sem aquele beijo, sem aquele sexo, sem aquela mensagem e sem a companhia daquela pessoa. Temos que ter consciência de que toda vez que vermos aquele filme vamos lembrar daquela pessoa, de que toda vez que ouvirmos aquela música vamos lembrar daquela pessoa, isso é uma fase que teremos que passar, o que precisamos aprender com isso que é bobagem lutar para esquecer, vai acontecer.

Então não devemos dar forças para dor. E sabe como podemos fazer isso? Entendendo que tudo tem uma data de validade.

Quando a hora chega a gente aprende que esse negócio de “um dia tudo acaba” é verdade e que "um dia a gente esquece" é verdade também. Quando é dia seguinte a gente aprende que o dia seguinte também chega e faz bem mesmo. Quando uma nova pessoa nos elogia, a gente aprende a deixar pra lá os elogios daquela pessoa. Nesse momento parece que é difícil, mas é mais fácil do que parece ser e do que essas palavras podem explicar.

É só colocar na cabeça que, um dia ou outro, vai chegar uma hora que a gente se acostuma a viver sem.

Luciana Reis Viana
Enviado por Luciana Reis Viana em 11/03/2016
Reeditado em 12/03/2016
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