Cômodos sós
Pensei que os anjos nos visitassem somente na hora da partida
Descobri que eles sempre estão aqui
Outro dia avistei um tão lindo
Ele tinha os olhos azuis esverdeados de meu sobrinho
Talvez meu anjo seja ele.
No dia de seu nascimento nós meus braços segurei meu próprio anjo.
Outro dia o vento (que também é um anjo) suspirou devagar passando entre os raios de sol da janela, que estou adoecendo
Que pena que não pude dizer ao vento que desejo viver
Não para tirar da vida proveito, não para ser imortal
Apenas para abraçar os amigos que tenho saudade
Dar mais tempo para os segredos
Que nunca terão tempo para serem ditos às pessoas que amamos.
Sabe qual o segredo da felicidade, é amar e ser você mesmo
Não existe tesouro que lhe dará tranqüilidade
Se a paz não estiver dentro de si hoje
Assim como tudo aquilo que podemos comprar
Não substituirá aquilo que de verdade somos
A casa pode ser grande e feliz
Como pode ser triste por ter muitos cômodos sós
Ainda pergunto por que continuo a caminhar!
Meus anjos dizem que Deus concedeu-me uma missão
E que devo não pensar no fim de minha existência, mais no começo
Pois é quando a alma deixa o corpo que existe o poeta...