Quimeras

Não devia ser tão difícil dizer adeus, afinal, não se tem escolha.

Se tem escolha, não é adeus coisa nenhuma.

Adeus dura pra sempre, sempre é uma palavra que apequena a vida,

é um até amanhã que se repete, por cem anos ou um simplesmente não volta do almoço.

Ele dura, perdura... se arrasta,

se alastra, e de repente, dissemos.

Adeus é o que todas aquelas pessoas da escola,

nunca disseram pra gente,

mas tampouco as vimos outra vez.

Adeus é outro eu, feito de retalhos que costurei em mim,

para que eu não partisse em dois.

Um grande paradoxo, ou uma bela asneira.

E birra, e fraqueza.

A tristeza esvaziando tua cara em uma goteira.

Somos nós esperando um encontro,

um algo a mais,

um aviso,

um olá.

Amar, contar e descontar mas nunca ser a história,

posto que se passou outrora.

Adeus é o ápice daquela hora desesperada,

onde pedimos ao inalcançável,

que tome conta do inacessível.

Adeus é o grande talvez,

que eu saí de casa a procurar,

é voltei com o bolso cheio de porquês

Soneto de Saturno
Enviado por Soneto de Saturno em 03/02/2016
Reeditado em 03/02/2016
Código do texto: T5532398
Classificação de conteúdo: seguro