Para que perguntas se já, respondidas?
Eu não me suporto, e é até engraçado quando eu me olho no espelho me achando feliz, o fundo do poço me suporta, mas só ele... As outras pessoas, embora brincam, xingam, me falam coisas ruins ou boas, coisas boas para mim e ruins sobre os outros, elas não me aguentam, ninguém aguenta o meu fardo, eu sou o fardo do mundo e ele é o meu.
Olha só para dentro, só no mundo, só em uma sala cheia de outros, só... Só eu sei o que é ser eu, e não tenho problemas em, não sou problemático, sou só eu. Incerto em certo ponto que as certezas são meras coincidências rotineiras que acontecem sem crer nem ter, sem querer.
Eu não deveria estar em prantos aos cantos, com musicas melódicas e instigantes, com charme em frente ao computador, com sono, com medo, com frio, cansado, sem saco, eu deveria estar sorrindo ao telefonar para uma única pessoa... Ela sabe, ela, só ela me faz assim, esquecer até dela.
Ela consegue a proeza do mundo, eu me seguro na alma dela e olhe, sou pesado mas ela me aguenta, me aguentou por quantos e quantos meses, dias, horas, minutos, segundos. Anos? - Perto de segundos de agonia tentando decifrar ou se safar de mim não são nada.
POR QUÊ? POR QUÊ? POR QUÊ? Por quêê?... Eu me grito por dentro, me escorraço e murmuro por fora minha insegurança, minha ausência, minha “má vontade”, este é só o meu murmuro, o mundo conspira contra mim, será?
Falta o que? A neblina subindo a montanha? O verde descendo na selva? A musica virando a rua? O mar quebrando as ondas? A areia branca e limpa? A vontade escura, obscura? A verdade fiel, amável? O medo da janela, que está aberta? O medo da porta que está fechada? A praça, que nunca se moveu? O coqueiro, que nunca cedeu? A cerveja, que nunca se encontrou? a sinceridade, que fugiu dos lábios? A Aurora que nunca foi vista? Os sábados perdidos? Os domingos chorados? As segundas, cedo, estressantes? A menina triste? O menino trise? A felicidade entre os meios? A felicidade? Ser feliz? Ser? Se conhecer? Se encantar? Não chorar? Não duvidar? Não desamar? Amar? Amar de mais? Amar de menos? Falta eu? Faltou você? Faltou nós dois? Falta? Faltará? Faltou.
Quantas vezes por entremeios não me vi perdido e em ti, há luz e paz, há tudo, em mim? Há nada, vazio, a ser preenchido... até quando?