Meu pai e minha mãe
Às vezes eu fico a pensar…
O meu pai e a minha mãe, tão enérgicos, tão rigorosos na educação dos filhos e tão puros e tão inocentes de maldade.
Jamais nós filhos, os vimos proferir alguma palavra que denotasse algum sentimento de maldade, de ira ou mesmo de ressentimento.
Em momento algum, presenciamos alguma discussão, algum desentendimento, se os tiveram – e é normal que tenham tido - o fizeram longe da presença de nós filhos.
Duas almas e dois corações, totalmente diferentes, mas iguais em bondade e pureza.
Jamais uma atitude de maldade ou de malícia.
Mais para o final da vida, traziam em seus rostos um semblante de inocência... nosso pai, com seu sorriso puro; nossa mãe, com seu esboço de sorriso inocente – era raro, um sorriso.
Ah, meu pai...
Ah, minha mãe... vocês nos deixaram essas doces lembranças...lembranças que nos fortalecem, que nos encorajam, que nos alimentam, para continuar a tocar nossas vidas pra frente, sempre procurando honrar os teus ensinamentos, a educação que recebemos de vocês.
Fica sempre um pouco de arrependimento, porque não termos aproveitado mais da presença de vocês, mas fica também o consolo de que como filhos, procuramos retribuir um pouco do muito que recebemos, talvez não o que vocês merecessem, mas o que estava em nossa capacidade. Acho que fomos e somos bons filhos.
Você viajou mais cedo, meu pai, entrou por àquela portinhola, para a sala de cirurgia conversando comigo e dali, foi questão de horas, nos deixou aos 78 anos; você minha mãe, ficou um pouco mais com a gente, tive o privilégio de assistir a sua partida, ali no meu colo, se foi aos 99 anos...
Onde quer que vocês estejam lá nas alturas, recebam o nosso amor e a nossa eterna saudade.