A Espera

Ao estender suas mãos pequeninas

percebia-se o quanto buscava...

Pedia sem palavras,o que a vida lhe negava.

E apenas seus gestos mostravam.

Que coração não se enternecia

por aquele ser que clamava !..

Seus lábios eram silencio.

Em sua boca, nenhuma palavra.

Sorriso algum se via

daquela pobre criança.

Nem se quer esperança...

Mal sabia falar.

Apenas mostrava em gestos

Vindo de seu olhar.

Tirem-me daqui...

Leva-me consigo.

Dá-me um abrigo

Que eu possa chamar de lar.

Talvez, não nessa ordem.

Para um ser tão pequenino.

Que nasceu como menino.

Sem pedir sem planejar.

E que ainda assim, encontrava-se

naquele humilde lugar.

Sem teto,comendo pão doado, e sem lar.

Que fez um coração adulto.

Como criança chorar.

E nem o tempo apagou,

se não conseguiu adotar.

Ficando então recordações, quem sabe em dois corações ?

Lembranças das mãos, que temporariamente o afagaram.

E dos olhos que com ele choraram .

Gracia Fernandez
Enviado por Gracia Fernandez em 13/01/2014
Código do texto: T4648079
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