A Espera
Ao estender suas mãos pequeninas
percebia-se o quanto buscava...
Pedia sem palavras,o que a vida lhe negava.
E apenas seus gestos mostravam.
Que coração não se enternecia
por aquele ser que clamava !..
Seus lábios eram silencio.
Em sua boca, nenhuma palavra.
Sorriso algum se via
daquela pobre criança.
Nem se quer esperança...
Mal sabia falar.
Apenas mostrava em gestos
Vindo de seu olhar.
Tirem-me daqui...
Leva-me consigo.
Dá-me um abrigo
Que eu possa chamar de lar.
Talvez, não nessa ordem.
Para um ser tão pequenino.
Que nasceu como menino.
Sem pedir sem planejar.
E que ainda assim, encontrava-se
naquele humilde lugar.
Sem teto,comendo pão doado, e sem lar.
Que fez um coração adulto.
Como criança chorar.
E nem o tempo apagou,
se não conseguiu adotar.
Ficando então recordações, quem sabe em dois corações ?
Lembranças das mãos, que temporariamente o afagaram.
E dos olhos que com ele choraram .