FILHOTE NO NINHO
Minha voz é noite funda,
balança as sementes de gramíneas
escondendo-se pelas hastes
esticada ao infinito.
Não canto, não voou,
sem eco e lamento.
O ninho chora e pede
um roçar, um afago
um calor no corpo frio.
Estou de lábios abertos
em ninho ralo que se desfaz
olhando pelos vegetais secos,
sem saber se estou escondido,
se estou a espera
do pouso que não chega.
BsB 28.03.2013