A UM AUSENTE MEU LUTO

Tenho razão de sentir saudade,

tenho razão de te acusar.

Houve um pacto implícito que rompeste

e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.

Detonaste a vida geral, a comum aquiescência

de viver e explorar os rumos de obscuridade

sem prazo sem consulta sem provocação

até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.

Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.

Que poderias ter feito de mais grave

do que o ato sem continuação, o ato em si,

o ato que não ousamos nem sabemos ousar

porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,

de nossa convivência em falas camaradas,

simples apertar de mãos, nem isso, voz

modulando sílabas conhecidas e banais

que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.

Sim, acuso-te porque fizeste

o não previsto nas leis da amizade e da natureza

nem nos deixaste sequer o direito de indagar

porque o fizeste, porque te foste

ou mãe amada hoje vos partistes deixando me

com muitas saudades, de teus beijos, seus abraços,

seus sorrisos seu geito carinhos de mãe

Neste local solitário

Na imensidão da noite

O vento forma um açoite

Dentro desse santuário

Mora um amor solidário

Nome santo imaculado

De todos o mais amado

E eu sempre em desatino

NO JAZIDO DO DESTINO

RESIDE UM AMOR SAGRADO

Em memória de minha mãe:

ANA OLIMPIO

El Jimmy Bezerra
Enviado por El Jimmy Bezerra em 27/01/2013
Reeditado em 28/03/2013
Código do texto: T4108521
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