Longe do começo; perto do fim
Sempre chega a hora em que pensamos não aguentar mais. Quando junto chega a vontade de desistir, jogar tudo para o alto e deixar de apostar e tanto arriscar. Ainda mais quando o balanço te mostra que em determinados momentos e assuntos mais se perdeu do que ganhou. Parece que essa hora está cada vez mais perto. Sentindo-me esgotado, como se a força estivesse partindo; junto aos sonhos, aos planos. Chegam cada vez mais forte os velhos medos, as dúvidas; os porquês disso, daquilo. Sentindo-me exausto, com medo. Aprisionado em mim mesmo. Em tudo isso que fui eu o responsável por deixar acontecer e tomar esses rumos. E não é covardia, nem falta de fé. A esperança continua; viva, intacta. Mas esse cansaço está tomando conta. Se apoderando. Sufocando. Nem as lágrimas vêm mais como antes. Aquelas lágrimas que me derrubavam, mas quando partiam, me deixavam ainda mais forte, ainda mais vivo, talvez até mais livre. Mas livre de que? De quem? Se aqui se faz, aqui se paga, minha penitência é, dolorosamente, pesada demais. Alguns ao lerem isso podem pensar que estou sem alguém porque quero; ou então que quero confete. Mas não é bem assim que a carruagem anda. Nem tudo é como queremos. Nem tudo sai como o planejado. E a dor é quem se faz presente na ausência. De um ser, um abraço, um beijo, uma palavra. Hoje não quero alguém por uma hora, por um dia, por uma semana, um mês. Um ano que seja. Quero alguém que eu saiba que mesmo ausente, estará ali pra quando eu precisar. Seja por uma ligação, uma mensagem, uma conversa por ambiente virtual. Não quero alguém que me faça feliz em alguns momentos apenas. Quero sim alguém que me faça feliz mesmo quando eu estiver triste. Porque sei que tudo na vida nada mais é do que uma fase. E fases passam. O que não quero nem preciso mais é que pessoas cheguem à minha vida, a preencham por uns instantes, e depois 'passem'. Isso não é pedir muito. Ainda mais quando sabemos que esse é o desejo de toda a maioria que nos cerca.