O papel
As vezes é assim, a contece...
Tenho sede de falar
E as palavras são difíceis de as arrancar do peito
E fico aquí
Eu, de caras com o papel nú e caneta em riste
Até que sem mais poder fazer, pouso-a
Resta-me muito por dizer
Resta muita lágrima por deluir
E sentimentos por partilhar, olhares por dividir e vozes por ouvir
E falta-me em fim, a esponja, a almofada, o ombro que me consola
Fico só e ouço a voz da solidão, o grito do silêncio e a companhia de ninguém
Eu mais eu somos um total de só