Às vezes.
Às vezes paro e releio as minhas tantas escritas, as minhas trovas, os meus rabiscos tristes. Às vezes me surpreendo com as minhas próprias verdades ali expostas, às vezes me envergonho de ter me exposto tanto.
Por sua causa acabei ficando assim, criando poesias como que do nada, desse nada que agora existe em mim, virei poeta sem nunca ter pensado em ser, aprendi a fazer rimas das minhas tristezas, criar versos de cada lágrima que rola pelo meu ser, e aceitar os dias, as noites, este próprio céu que antes nem olhava, esta lua, as estrelas como sendo os únicos parceiros que ainda podem ouvir o cantar da minha dor. E às vezes isto me conforta, às vezes acho até que isto possa vir a despertar a velha esperança que de momento parece estar morta.
Às vezes penso em dar um basta em tudo, esquecer que tu existes fingir que nada houve, pensar que nunca de verdade conheci você, tentar escrever outras coisas, às vezes penso até que vou conseguir. Mas é ai que às vezes me sinto que estou endoidando de vez, pois é passando por tudo isto mesmo não querendo não posso fugir da verdade, tenho que dar o braço a torcer, pois se às vezes ainda existo foi porque me descobri através de você.