Saudades

Tenho saudades do tempo em que os carros de bois passeavam pelas ruas, que as pessoas podiam andar nas ruas juntamente com eles,que a palavra do homem era sagrada, que o dinheiro não era tudo, onde os compadres se ajudavam , as famílias se respeitavam. Pai e mãe eram sagrados, religião e política realmente não se misturavam, das procissões com lampiões acessos, da fé que movia o povo.Bandido era reconhecido de longe, não se escondiam atrás de cargos públicos,professor era exaltado, aluno era realmente ensinado pois o magistério era escolha por amor não apenas por não encontrar outra profissão.

Saudades das conversas em volta da mesa, de ouvir os "causos" do pai , do avô, e hoje o que vemos? Eles deixaram de ser referência, são tratados hoje como estorvo tirados do convívio dos seus,muitas vezes esquecidos nos abrigos, esperam ansiosos por um dedinho de prosa, que as pessoas voluntariamente dão quando fazem visitas,pois os seus mesmo não vão.

Não vemos mais as crianças brincando nas ruas, muitas vezes moram anos a fio no mesmo lugar e não conseguem mais fazer amizades,as turmas de escola não criam vínculo, só sabem se falar no virtual...e quando apertam o botão de off, é desligado mesmo, apagado da memória, pois se der pane no micro, lá se vai sua história...

Que bom seria meu Deus, que as pessoas descobrissem o valor do abraço, do sorriso no rosto,da verdadeira liberdade de expressão, pois falar olhando no olho é outra sensação; da animo dá coragem,mostra-nos o sentido exato do que nos vai no coração.

Tenho muita saudade de ver amigos se encontrando, fazendo seu happy hour, falando baboseiras,desestressando da semana corrida, trocando energia para que na próxima semana possam trabalhar e conviver com tudo que a vida moderna oferece,sem deixar de ser humano, no seu sentido mais amplo.

O tempo hoje parece que voa, andamos na velocidade da luz, não vemos nossos filhos crescendo, não temos tempo para Deus, tudo é muito rápido, a tecnologia a cada segundo tem uma novidade, e se você ficar a margem é excluído da sociedade, pois quem não tem "ferramentas" para trabalhar não serve para o mercado, e essas são diferentes daquelas de antigamente, não são mais enxadas,rastelos regadores, prego, martelo e serrote, ninguém nem lembra que eles existem... enfim, fica aqui meu desabafo, e espero que, ainda para quem sabe "ler" um pingo seja letra,fica a dica!