Partida
Dia 10 de março de 2012, Sábado, 13h10min...
Finalmente, depois de tanto tempo, tantos momentos depois, tantas horas e inúmeros segundos passados, agora estou começando a enxergar, sentir, perceber o verdadeiro significado de uma partida. Nos primeiros momentos, chorei sim, pensei que nunca fosse ficar de pé outra vez. Tentei encontrar formas, estratégias, meios de viver sem sua presença. Imaginei como seriam os meus dias e minhas noites. E a pergunta que mais me perseguiu e me persegue até hoje: Por quê? Por que temos que sentir a dor da partida?Por que nada é eterno?Por que as pessoas que mais amamos precisam ir?Por que “amar” não é o mesmo que “eterno”?
Tudo bem vou te amar até depois da morte, mas por que não posso viver com você até a minha partida?Por que nossos belos momentos não podem ser infinitos?Por que tudo tem que ter seu tempo? Por que tenho que ser feliz só por algumas horas e depois chorar até que minhas lágrimas sequem?Queria pelo menos saber quando e onde seria essa partida, pois teria vivido cada abraço, cada expressão sua, me deslumbrado com cada gesto teu, teria dito “eu te amo” todos os dias como se fossem os últimos.
Sempre me perguntava como seria a minha vida sem a sua existência, mas nunca quis saber a resposta. Pensava que realmente era pra sempre. Sigo palavras e busco estrelas... O que é que o mundo fez pra você ir?Como é que você pôde se perder de mim?
Confesso, vivo num constante medo. Antes tinha medo de te perder, e perdi. Agora tenho o maior medo de todos, perder a ultima coisa que me resta de você: a Lembrança. Nesses dias tão conturbados e em um mundo que só te suga pra dentro dele, coisas vão tomando o lugar e o espaço de outras coisas, por que infelizmente tudo é passageiro (ou felizmente em alguns casos). Não quero dizer que meras coisas vão tomar seu lugar, jamais, nunca, nada pode fazer isso. Mas a cada dia que passa e a cada manhã que vejo o sol nascer me vejo acompanhando o ciclo da vida, e tento relembrar tudo o que vivi ao seu lado. Mas sinto como se as lembranças fossem como um arco-íris. Quando olhamos para o céu, depois da chuva acompanhada do imenso sol, vemos lindas cores dando vida àquela imensidão de azul. Então fechamos os olhos, ao abrir de novo, as cores parecem mais fracas e já sem forças para enfrentar todo aquele azul. Então elas se desvanecem caladas para que ninguém perceba sua derrota. Depois até voltam, mas simultaneamente se vão...
Queria ser uma eterna criança, pensar que tudo de importante na nossa vida que se vai, vira uma linda estrela para poder se abrigar no ápice do firmamento. Assim, minha saudade seria compensada pelo inocente pensar infante. Mas enquanto sou uma mulher, vivo na esfinge da espera. Na esperança sem cabimento de um dia te ver voltar de braços abertos pra mim. E poder só mais uma vez, dizer que você foi a melhor parte existente em mim. Nunca quis dizer:Adeus.