ATÉ UM DIA, AMIGO!
(Homenagem póstuma a Eurípedes Barbosa Ribeiro) 


A MORTE NÃO EXISTE.
 

A.o Poeta que não desaparece...
 

M.as apenas nos leva a alegria
O.nde quer que vá – sempre permanece
R.etida em nós, sua poesia
T.razendo a paz e a luz de seu fanal
E. agora – do plano celestial!
 

N.ão haverá o pranto que console
A.bandono do amigo que isole
O.que ele deixou como legado.
 

E.urípedes Barbosa – e Ribeiro
X.eique maior da crítica e desdém
I. ndiscutivelmente, homem do bem.
S.abia versejar em qualquer clima
T.erá companheiros p’ra suas rimas
E.ntre tantas e quantas obras primas!
 

(Milla Pereira)
 
 
A morte não existe; Muito menos para os poetas. O que existe é a saudade imensa das pessoas amadas que nos precederam na partida. Vá em paz, amigo, na certeza de que deixaste neste plano o valor de tua poesia, para que dela desfrutemos até o dia de nossa partida.


(Milla Pereira)
 
 
Deus Passei tanto tempo te procurando. Não sabia onde estavas, olhava para o infinito, não te via. E, pensava comigo mesmo, será que tu existe? Não me contentava na busca e prosseguia. Tentara te encontrar nas religiões e nos templos. Tu também não estavas. Te busquei através dos sarcedotes e pastores, também não encontrei. Senti-me só, vazio, desesperado, descri. E na descrença te ofendi. E na ofensa tropecei. E na queda senti-me fraco. Fraco procurei socorro. No socorro encontrei amigos. Nos amigos encontrei carinho. No carinho eu vi nascer o amor. Com amor eu vi um mundo novo. E no mundo mundo novo resolvi viver. O que recebi resolvi doar. Doando alguma coisa muito recebi. E em recebendo senti-me feliz. E ao ser feliz encontrei a paz. E tendo paz foi que enxerguei. Que dentro de mim é que tu estavas. E sem procurar-te Foi que encontrei.
(Chico Xavier)
 
Cada dia que amanhece assemelha-se a uma página em branco, na qual gravamos os nossos
pensamentos, ações e atitudes. Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã.

(Chico Xavier)
 
 
"O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera."
(Benjamin Franklin)
 
 
 
EURÍPEDES gostava de escrever cordéis
sobre temas polêmicos, atuais,
somo política, por exemplo.
E era mestre nisso!
 
 
DESTACO AQUI, UM DELES:
 
 
QUERO O MEU PAÍS DE VOLTA!

(Eurípedes Barbosa Ribeiro)
 
 
Eu quero bater panelas
Mesmo que seja sozinho
Agitar esse covil
Esse ninho
Romper com a passividade
Com essa eterna mansidão
Acabar com a servidão
E a cumplicidade
Com essa conivência vergonhosa
Com a desonestidade
Quebrar o pacto com a canalhice
Com o culto à mediocridade
E à burrice!
 
Eu quero bater panelas
Denunciar omissões
Afugentar mensaleiros
Impostores
Alquimistas consultores
E ladrões
Quero o meu grito amplificado
Multiplicado
Não quero vida de gado
Num curral de marionetes
Nao quero ser palhaço
Nesta festa de maracutaias
Conluios e confetes!
 
Quero enxugar gelo
Falar para as paredes
Gritar num ouvido
Para sair no outro
Mas não quero ser conivente
Com essa liturgia indecente
Com essa burra unanimidade
Que me torna descrente!
 
Quero o meu país de volta
Urgente!
 
 
 
EU TAMBÉM QUERO, POETA!

(minha interação ao Cordel do Poeta)
 
 
Quero o meu país de volta
Sem pobreza
Sem riqueza direcionada
Sem manchas na bandeira
Imaculada
Verdadeira!
 
Quero o meu país livre
De ladrões e de bandidos
Sem pesar ou dividido
Por preconceitos perigosos...
Quero um país liberto
Onde a fé esteja perto
E a esperança vigore.
 
Onde a gente possa andar
Sem vergonha e sem medo
Uma pátria sem segredos
Sem a bolsa cheia
De corrupção vergonhosa
E a bandidagem horrorosa
Eu quero ver na cadeia!
 

(Milla Pereira)
 
 

Este penúltimo poema, publicado no RL
já me parecia uma despedida.
Premonição, talvez?
Quem haverá de saber...
Observem...

 
 
RENDIÇÃO!

(Eurípedes Barbosa Ribeiro)
 
 
Basta um passo
Para que eu cruze a fronteira
E sepulte de vez ideais e ilusões
Amores e desenganos
Todos os projetos e planos
Todos os sonhos sonhados
Momentos vivenciados
De uma vida inteira!
 
Mais um passo
E fecha-se a porta
Do que virá depois
Eu nada sei
E pouco importa!
 
A vida que sonhei e que vivi
A vida que me iludiu
Jaz agora no passado
Enterrada bem fundo
No outro lado
Morta!