QUANTA SAUDADE...(7)
A saudade remonta as flores, o riso, o trágico, os amores, mas
além de tudo executa em nossas vidas o silêncio de uma viagem em
ritmo lento que faz a alma retornar sem o ficar definitivo, pelo contrário e por isso mesmo, estes tons de nostalgia.
O pressuposto de que basta retornar a memória para reviver, cessa no
momento em que o presente enluta a existencia, porque a rigor tudo que passou, reveste-se do fatalismo de não mais existir em plena realidade.
É uma dor confusa, difusa pelos sentimentos, causa risos insanos, pelas coisas boas acontecidas, e profunda tristeza pelos traumas revividos, e reféns da saudade plantamos flores nas esquinas da existencia para embelezar e perfumar as desventuras do viver.
Aquela lágrima que brota da alma ao exercitar a saudade, é a luz maior
do candelabro que trás de volta ao presente os dias passados, e a vida é assim, não é uma lápide enegrecida pelos dias com o nome de alguém amado, nem uma brincadeira de roda quando criança, ou um amor perdido na tenra idade, que vai definir se é com lágrimas de dor ou de alegria que vamos a esta viagem.
Uma interrogação surge a partir do momento em que sofremos o impacto da lembrança..."Porque sofremos no momento da saudade...?"
No infinito da sua sabedoria, somente Deus terá as respostas, conjecturamos como simples mortais, ainda que ele nos tenha como imortais, mas ignorantes e descrentes de nossa imortalidade...
"A casa de meu pai tem muitas moradas..." (Jesus Cristo)
Seria simples definir estas palavras, se o ser humano soubesse o que há depois desta vida, mas é claro que Jesus diz existir outras vidas além desta que vivemos. Mas existiria a saudade...? E que divina magia seria esta que nos pouparia da dor de vermos a nossa morte, em cada uma destas vidas? Ou seria uma saudade como a que conhecemos, desfazendo o que supomos, de que o paraiso isenta os seres da dor?
De tudo que proporciona ao ser humano, a saudade relata a nossa mente o óbvio do que vivemos, os segredos que mais adiante serão decifrados, não nos é dado ainda saber.