Dia de Finados
Dia de finados. Essa data sempre fez parte da minha vida desde sempre.
Cresci vendo os adultos se preocuparem em ir ao cemitério nesse dia.
Eram os arranjos, flores sendo escolhidas. O nome da pessoa que iam visitar sempre falado.
Na minha mente a imagem formada do cemitério era de um lugar que aquelas pessoas esperavam. Minha mente nunca se perguntou por que nunca vinham, só esperavam.
Um ano permitiram que eu fosse junto. Todo dia de finados chovia.
Uberlândia da minha infância bem diferente de hoje. O cemitério antigo não existe mais.Em seu lugar viaduto.Avenidas.Progresso.
A visão que encontrei era bem diferente daquela que minha mente criou. Muita gente, terra vermelha. Sombrinhas.E túmulos.
De todos os tipos. Eu olhava e procurava as pessoas que fomos visitar. (Na minha imaginação estariam sentados nos túmulos)
Claro que esperei comportada enquanto os arranjos, flores e velas eram arrumadas.
Na escola da vida aprendi que pessoas não nos esperam em cemitérios. Que as visitas são uma forma de carinho.Porque os que se foram estão vivos em nossos corações.
E mortos voltam sim. No sorriso de um descendente.
Na cor dos olhos, do cabelo. Assim são recordações vivas e presentes.
A saudade invade o coração nessa data. Uma forma humana de sentir.
Respeito pelos que se foram mais que vivem em nós. Seus ensinamentos em forma de exemplos nos deixaram muito amor.
Não concordo com homens que julgam homens.
Na hora na partida é somente Deus nosso juiz.
Jesus perdoou o ladrão na cruz. Com somente uma frase. Gosto muito dessa verdade.
Sem julgamentos nem sentença que nossos entes queridos sejam lembrados com muita paz.