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MEU PAI


De repente, alquebrado pelos anos
qual poeta, a correr atrás de sonhos
o olhar amortecido por enganos
que o próprio riso o torna assim tristonho!

O seu passo lento, frouxo, já vencido,
palmilhando amarga estrada infinita,
fá-lo andar assim a esmo, sem sentido
e tremer de emoção a quem o fita!

Rebuscada no bastão tem sua história,
espelhada de paixões, dores e inglórias
que a vida se incumbiu de seu final...

Os seus filhos, são a última esperança,
até onde seu olhar perdido alcança,
vê a vida se esvair num pedestal!




N.A.: Soneto escrito em homenagem ao
meu Pai, qdo. de seu 73º aniversário,
um mês antes de seu falecimento,

em Julho/85


Esteja com Deus, meu pai!


Dedico este soneto
a todos os PAIS
deste recanto.


FELIZ DIA DOS PAIS!