A DOIS QUARTEIRÕES DE MIM...

A dois quarteirões de mim, apenas
você esteve tão vivo, tão perto,
antes, longe, como se em Atenas...
O teu paradeiro sempre incerto...

Eu sonhava com algo impossível:
ter um "marciano" ao meu lado!
E sabia que era risível!
Mas qualquer sonho é mesmo alado!

Só que um dia houve o incabível!
Você me surgiu, bem calado,
a dois quarteirões, tão colado!
E eu não soube, não vi! Foi incrível!

Então aprendi que o absurdo
não existe: nada é negado!
Acontece é de se estar surdo,
e alguém gritando, a alto brado!

O impossível surgiu à minha frente!
Mas não vi; nem senti a impressão!
Ficou só a saudade plangente
da sua vinda na imaginação!...



A um queridíssimo visitante inesperado de há muito, muito tempo atrás...













Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 08/12/2006
Reeditado em 08/12/2006
Código do texto: T312708
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