QUANTA SAUDADE...(2)

Ao repassar velhos e desbotados retratos, a triste inquietude aflora em tons de saudade quando nossas mãos repassam o amarelado do tempo causando comoção a lembrança dos fatos, muitas vezes em rostos na mais tenra idade! Nossos rostos, de amigos, de tudo que rodeou a nossa vida, eternizados em pigmento que os dias vão descolorindo, não bastando a luz do presente, pois o abstrato e o opaco do passado, são indeléveis neblinas, que deixam a mostra apenas o perfume de tudo, anoitecendo na saudade tudo ao seu redor, muitas vezes deixando apenas o beijo de um grande amor.

Um nó na garganta, uma lágrima no olhar, as tardes vem e passam como as estações, os momentos que passam diante de nós são recordações, fazemo-nos alheios ao agora e por instantes tomamos o carrossel da existência indo passear num tempo em que o realismo atual esqueceu, mas que nossa alma teima em nos mostrar em flashes back, a todo instante.

Até a tarde, testemunha desta viagem, talvez tenha as mesmas cores de outrora, quando serviu de pano de fundo para os velhos retratos, seja o mesmo céu, os sorrisos, e a alma guarde as mesmas emoções, porém, não serão mesmos os passos, a voz que gritou... ___"Olha o passarinho", por certo trás o rouco das eras, e as curvas que hoje delineiam o rosto, por certo levarão aos caminhos que direcionam a vida para a eternidade, então o olhar perdido, a voz embargada que chora os dias que passaram, tudo é normal, tudo é real quando se senta em alguma sombra com a convicção de que se deseja viajar ao passado, através das lembranças, e movidos por tudo que passou, e que o Senhor dos tempos nos permite reviver , enquanto vivemos sob a sua luz.

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 19/07/2011
Reeditado em 19/07/2011
Código do texto: T3104873
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