Meu Erro.

O teu silêncio poderia ser a manifestação impassível que eu precisava!

O fato de ignorar cada palavra proferida, cada linha escrita ou qualquer tentativa de contato, seria o pretexto pretensioso para evadir-me de tudo que sinto. Contudo, não é.

Pois existe algo em mim desobediente e irracional. Algo que me faz acreditar no impossível, no intangível.

(In)felizmente, eu acredito no “talvez”!

Talvez não tenha recebidos as mensagens?

Talvez não tenha percebido algum gesto de procura?

Talvez não tenha ouvido meus berros ou momentaneamente preferiu

se abrigar para apreciar o silêncio.

Talvez (não) me ame mais!

Diante dessas possíveis vendas idealizadas e ilusórias unilaterais de querer, eu necessito do (im)possível. Eu preciso desse “talvez”.

Apesar de tais premissas verossímeis acalentarem uma esperança contraditória e nefasta; embora seja acreditar em uma mentira...

Como eu poderia viver sem isso? Sem tal amor que atualmente é Platônico? Sem rever nossas fotos e relembrar cada sorriso, cada momento de felicidade? Sem escrever as tentativas de rimas que tanto dizias adorar ler? Sem ter com quem brigar e se arrepender minutos depois? Com quem sonharei? E depois de tal sonho, haverá “Alvorada”?

Sei que fui o anti-herói. O maior autor desta malevolência.

Contribui com a persistência em não acreditar: em mim. Em nós. Em relembrar detalhes sórdidos de nossas contradições, e, sobretudo, em deixá-la partir.

No fundo exista agora a “impossibilidade do se”...

Na ternura da palavra alheia, na permanência de sentimentos. É eu sei que “o passar do tempo afasta qualquer possibilidade de retorno”. Sei que o movimento pendular, que o “agir da ampulheta” curará feridas; que corroborará nosso fracasso; que oportunizará a aproximação de alguém e conseqüentemente a inevitável admiração.

Embora tudo isso seja um fato inquestionável, eu preciso dizer (parecendo loucura, leviandade ou qualquer outra palavra absurda que escape da realidade e da serenidade):

Eu nunca deixei de te amar sequer um dia.

AD. ETERNUM.

Filho de Pandora
Enviado por Filho de Pandora em 15/06/2011
Reeditado em 15/06/2011
Código do texto: T3035520
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