O Curso de Admissão, uma prova de fogo!
Nas décadas de cinquenta até início de setenta, terminada a quinta série, só íamos para o curso seguinte depois de fazer um pequeno vestibular chamado Curso de Admissão ao Ginásio, que era o resumo
de tudo que havíamos aprendido no Primário, hoje, Primeiro Grau.
Havia um livro de capa cinza que continha todo o programa necessário ao “vestibulinho." Tínhamos de dominar o conteúdo de todas as disciplinas elencadas: Português, Matemática, História do Brasil...
O livro ia passando de um irmão para o outro, pois na época,
o "consumismo." era menos voraz.
Aprovados no Curso de Admissão, estávamos então aptos para fazer o
Curso de Ginásio que tinha quatro anos de duração.
Nele aprendíamos além de Português, um pouco de Inglês, Francês ,
Latim...
No final de cada ano havia dois tipos de avaliação: prova escrita
e prova oral
Não atingindo a nota mínima que era cinco (5,0) ficava-se então em Recuperação, hoje, Segunda Chamada.
Poucas cidades no estado tinham o Curso Ginasial, assim, ou os pais
se mudavam para outra cidade onde houvesse o curso, ou precisariam ter recursos suficientes para colocar os filhos em “Internatos.” (eufemismo para as mini prisões)
Os Internatos mais fechados, eram adotados pelos pais para as filhas
adolescentes a fim de as tornarem Disciplinadas e Educadas.
No entanto, por trás do aparente cuidado, estava outra intenção
a qual Chico Buarque interpretou bem na canção
“Que Será que Será"
"O que não tem censura/nem nunca terá/Que todos os avisos não vão evitar/O que não tem governo/Nem nunca terá/O que não tem juízo..."
As meninas que burlavam a vigilância para namorar, eram "alertadas
e castigadas."
Em caso de reincidência elas eram expulsas, ou retornavam
à casa dos pais.