[A ti, aonde estiveres...]



"... e novamente é maio"
 
    

Lancei meus beijos ao vento,
à beira da praia
perdido horizonte
para aquele que se foi
sobre as ondas do Desconhecido
marujo desses funéreos
mares bravios

Mas ora meus versos são tardios
quando acenos há muito 
bóiam sobre as águas
como náufragos
e os dias já correm tão lentos
e os olhos restam fatigados...

Estátua de sal cravada na areia
o barco das esperanças
levantou âncoras
te levou pra bem longe
resto só 
nunca mais serei de novo
eu mesma
estando morta
para tais encantamentos

O barco que te levou pra longe
era sem norte, era um descaminho
e um vento frio
definitivamente 
fechou esta porta
outrora aberta a tua volta

E hoje as minhas rotas
são confusas
sem a tua mão na minha
sem vislumbres
os olhos transbordando mar
as águas engolindo minhas formas
as formas nascendo do olhar
e os olhos bebendo
a maresia de lágrimas

Sou fraca, sou triste
impotente, reclusa
e te mando beijos, meus beijos
apenas sopros de saudade
sussurrados
chorados
aflitos
contritos!



(e novamente é maio, novamente será hora de lembrar de quem se foi...)


Áudio
COMO AS ONDAS - TÂNIA O.VARGAS -
 por Madalena Gomes

 
 
tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 01/05/2011
Reeditado em 01/05/2011
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