ROSAS

Eu queria que viestes aqui, só um pouquinho, não iria demorar muito, mas eu queria que viesses aqui por alguns instantes para que pudesses ver as rosas de nossos jardins.

Queria que estivesses aqui agora para poder apreciar as margaridas, os girassóis, ouvir os cantos dos pássaros, relembrarmos nossa infância e brincarmos naquele balanço e naquela gangorra que juntos construímos para nossos filhos.

Queria que viesses aqui, ver como ficou aquela janela que tanto brigastes para coloca-la em nossa cozinha dando visão para o nosso pomar

Queria que viesses aqui, eu não iria tomar muito o tempo, mas gostaria que revisse nosso álbum de fotografia em que nossos filhos pouco entendiam da vida, mas que hoje estão nossos netos...

Queria, queria, queria... Mas querer não é tudo, meu poder é limitado

Me sinto aturdido em meio ao passado em que o presente amedronta meu futuro

Cadê você? Cadê?

Quem me dera reaver minhas eras e bradar em alto e bom tom: EU A AMO VERDADEIRAMENTE!

Tarde demais, a cortina da vida fechou-se para ti e para mim, ela não permitiu que as borboletas de nossos jardins pousassem novamente em teus ombros para lhe dar as boas novas.

Porém, que a solidão que me invade não permita que as rosas desabrochem.

Maria Bernadete de Almeida