Zé Sem Coração

Zé arrumou a mala

Deixou o lugarejo no interior

Foi pra cidade grande

Em 30 anos não mais voltou

O Zé nasceu, cresceu, ganhou o mundo

Dos laços da família ele esqueceu

Esqueceu de mandar notícias

Não se comunica. Parece que morreu

Tenta olvidar

Mais parece um veado...

... que desapareceu no mato

Nos intriga com sua ausência

Haja paciência!

O Zé vive na cidade, mas parece matuto

Caboclo da roça que não se ajeita

Nós adoramos muito ele. É caladão!

Ele não se importa com beleza

O Zé é um sujeito muito simplório

Brincalhão e bobo também, verdade!

Ainda bem, que bens não têm

Pra ele tudo tá bom, e o muito vale a metade

Na metrópole, conseguiu emprego e lá ficou

Teve tempos ruins, parecia um pedinte

Mas foi por opção

Cabeça dura. Não aceita opinião

Os pais e irmãos imploram para revê-lo

Pensa ele que o mundo ainda é grande

Se de avião dá medo. É só se ligar!

Entra no “busão”, segue a estrada. Comece a viajar!

Se desligou do lugar de infância

Pôxa cara, você está bem agora!

Constituiu família. Cidadão com endereço

Não é indigente! Liga pra gente?

As vezes dá raiva, mas somos unidos

Mesmo assim tenho que dizer...

O Zé é um “Sem Coração!”

Estou falando do meu irmão

Saudades!!!...

George Lemos
Enviado por George Lemos em 16/01/2011
Reeditado em 24/02/2011
Código do texto: T2731884
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