Zé Sem Coração
Zé arrumou a mala
Deixou o lugarejo no interior
Foi pra cidade grande
Em 30 anos não mais voltou
O Zé nasceu, cresceu, ganhou o mundo
Dos laços da família ele esqueceu
Esqueceu de mandar notícias
Não se comunica. Parece que morreu
Tenta olvidar
Mais parece um veado...
... que desapareceu no mato
Nos intriga com sua ausência
Haja paciência!
O Zé vive na cidade, mas parece matuto
Caboclo da roça que não se ajeita
Nós adoramos muito ele. É caladão!
Ele não se importa com beleza
O Zé é um sujeito muito simplório
Brincalhão e bobo também, verdade!
Ainda bem, que bens não têm
Pra ele tudo tá bom, e o muito vale a metade
Na metrópole, conseguiu emprego e lá ficou
Teve tempos ruins, parecia um pedinte
Mas foi por opção
Cabeça dura. Não aceita opinião
Os pais e irmãos imploram para revê-lo
Pensa ele que o mundo ainda é grande
Se de avião dá medo. É só se ligar!
Entra no “busão”, segue a estrada. Comece a viajar!
Se desligou do lugar de infância
Pôxa cara, você está bem agora!
Constituiu família. Cidadão com endereço
Não é indigente! Liga pra gente?
As vezes dá raiva, mas somos unidos
Mesmo assim tenho que dizer...
O Zé é um “Sem Coração!”
Estou falando do meu irmão
Saudades!!!...