Pardalzinho Somos...

Pardalzinho somos...

Pardalzinho

O pardalzinho nasceu

Livre. Quebraram-lhe a asa.

Sacha lhe deu uma casa,

Água, comida e carinhos.

Foram cuidados em vão:

A casa era uma prisão,

O pardalzinho morreu.

O corpo Sacha enterrou

No jardim; a alma, essa voou

Para o céu dos passarinho

(Manuel Bandeira)

Inúmeras foram às vezes que meditei nesse poema gracioso e memorável. Minha professora chamada Adélia sempre nos incentivava levando poemas e lendo-os. Ela dizia que em uma época áurea os alunos quando liam determinados poemas eles choravam, queriam levá-los, para contar e lê-los para seus pais. O tempo passou e a geração dos enlatados, não mais tem ouvidos para os belos poemas, empobrecendo assim a maneira de ver, de expressar, de sentir. Talvez seja essa a razão de tantas pessoas insensíveis, estamos perdendo a dádiva de apreciar a beleza do nosso universo. A beleza do nosso próximo. Talvez a violência que presenciamos, seja a falta da sensibilidade na alma falta ser poeta. Rubem Alves disse: "As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.

“Aprendemos palavras para melhorar os olhos.”

"Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem...

O ato de ver não é coisa natural.

Precisa ser aprendido!"

Esse poema nos faz pensar do sonho de ser livre, quando já nascemos em um mundo todo preparado que não tivemos escolha. As vezes a busca da liberdade pode nos custar a quebra das asas pelo sistema que deseja que sejamos, sempre uma fôrma e não uma forma. A casa significa a porção da ração diária os baixos salários, a desigualdade social, a horrível distribuição de renda, escolas, ensinos cada vez mais caóticos, o fingir que tudo vai bem. Quando o homem que nasce para ser livre, quando isso lhe é roubado não lhe resta outra coisa a não ser a morte. Á morte das suas esperanças, de sua vontade de conquista, de viver de desejar. Por isso as religiões tem crescido elas são o clamor dos oprimidos, dos miseráveis daqueles que sofrem que não tem para quem socorrer, buscam em Deus os seus desalentos. Esperam que um dia tudo esse sistema brutal, desumano seja mudado, que um novo modelo de governo venha a ser implantado a toda a humanidade. Que não haja alguns beneficiados, mas que; todos os homens sejam beneficiados, esse governante mostrará que isso é possível, descubra o nome dele e vote certo, O nome dele deixarei você pensar.

e-mail amigaomil@ig.com.br J.A.F Agosto de 2010