Lembranças de você

Se hoje eu chorar, que seja de alegria. Vou me lembrar apenas dos maravilhosos momentos que passamos juntos e que me marcaram. Seu olhar de menino com sorriso encantador. Nossas longas caminhadas. Do seu jeitinho atrapalhado a tropeçar nas calçadas. Das músicas que baixamos e de quando pela primeira vez te ouvi dizer ‘vem dançar’, o que nos levou a brincar feito duas crianças. Das nossas deliciosas conversas, você ensinando-me a jogar – quanta paciência! Das vezes que estive com dor e você me cuidou com carinho, do nosso abraço gostoso e o namorar sem cansaço. Desse querer ficar sempre junto e não desgrudar; pra depois, quando o dia amanhecer, começar tudo outra vez! Então tem café da manhã, almoço, lanchinho e jantar - tudo preparado por você... sacanagem, né?

Aqui nem é a casa dos Sete Anões, mas você sempre a bater com a cabeça, a tropeçar nos móveis, a jogar água no chão, a escorregar na cozinha, a quebrar umas coisinhas, a deixar o banheiro molhado – e a porta aberta que era para o bichano entrar e nadar! Afffii!!

São lembranças de você, moço encantado que vive no mundo irreal, lembranças de você que não sabe o que quer e se sabe finge não se entender. Mas tudo bem.

Basta.

Dei-me conta de que preciso com urgência, encontrar-me de novo, pois, num dia te xingo, no outro te mato e num outro ainda estou a te lembrar assim...

É preciso por um fim nessa questão, que está no meu coração, que não quer se encontrar com a razão, mas quer bater em descompasso pra resgatar o pedaço que você furtou de mim.

São José dos Campos, 29 de junho de 2010