Como pode ser?
Não sei a cor de seus olhos
Desconheço o perfume de sua pele
Jamais provei de seus beijos
E ainda assim, sinto-o tão perto
Nem em sonhos senti suas mãos
Num afago ou num louco desejo
Mas com a insanidade da artista
Posso depositar sem pudor
Nessa boca, meu mais doce beijo
Não desejo que leias minhas linhas
Mas que decifres em minha alma a palavra
Que jamais poderia ser dita ou escrita
Mas que levarás para sempre em sua alma
Não impressa em rudimentar papél
Cuja tinta, com o tempo desbota
Mas marcada a ferro em brasa
Como em brasa me encontro agora
A de amores jamais vivídos
S de sonhos jamais sonhados
S de saudades que sinto agora
I de inocência nas palavras escritas
S para selar com um beijo, a saudade que sinto de alguém que nem mesmo conheço, mas que aprendi a adorar, apenas pelo jesto de ler meus poemas.
Fátima