"Aquele beijo que te dei
                                                  Nunca, nunca mais esquecerei
                                                          A noite linda de luar
                                                      Lua testemunha tão vulgar" 
                                    Refrão da Música: Aquele Beijo que te dei
                                                   Composição de Edson Ribeiro
                                                    Gravação de Roberto Carlos




O beijo que te dei



Deitada em minha cama, meu meu quarto às escuras e tudo parece rodar... ouço no rádio uma canção que fala do beijo dado e de um amor que já não existe.

Como é que pode o poeta chamar de vulgar a lua? Não deve ser a mesma lua que iluminava minha rua naquela noite em que a tristeza tomava conta do seu coração. Por que não consegui desvendar seus segredos para aliviar suas dores?

Por que desistimos daquele café e da poesia e de tudo o que nos esperava naquela noite de luar ? certamente não teríamos rimado o nosso luar com vulgar. Tudo se perdeu naquela noite que prometia luzes coloridas e um céu infinitamente repleto de estrelas.

O álcool nunca será meu companheiro. Não... eu preciso estar sóbria para compor um novo soneto na minha história. Não consigo compor se não estiver sóbria, não consigo amar se não conseguir me dar por inteira. Não quero metades.

Quero a minha sobriedade e o seu alento. Quero lembrar no dia seguinte de que você fez parte da minha história, nem que seja por um breve momento, por uma noite. Quero a pureza do seu coração de menino perdido, no mundo de Peter Pan a me querer jogar o pó do pirlimpimpim. Quero seus sonhos, seu amor intenso.

Ainda sonho com o cheiro do seu corpo, com as verdades indecentes que diríamos um ao outro naquela noite de luar, naquela noite de brincar.

A música repete: "Aquele beijo que te dei, nunca mais esquecerei" e minhas lembranças percorrem meu corpo num arrepio incontrolável.

Tudo irá para onde não alcançaremos, porque o tempo passa e não quero fazer sala para um tempo morto. Por que você não me descobre ? Por que ficou tudo tão amarelo quando o que eu desejo é o lilás da sua poesia,  a clareza das suas ideias e o verde dos seus olhos?


Para Zé Luiz em seus devaneios e sua tristeza sem fim, com meu amor - Que o Amarelolilás te surpreenda e te faça feliz!
Lili Maia
Enviado por Lili Maia em 26/05/2010
Reeditado em 28/05/2010
Código do texto: T2282170
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