Um dia a gente cresce....

“Das muitas coisas do meu tempo de criança guardo vivo na lembrança o aconchego do meu lar...” (Utopia Pe. Zezinho)

Saudade é a palavra que melhor define essa lacuna de espaço chamado passado. O tempo passou, muita coisa mudou, mas é impossível esquecer daquela menina que fantasiava um dia ser adulta. Vivia em seu mundo perfeito onde os problemas não eram tão significantes. Brincava de ser “gente grande” e tudo parecia muito simples.

Neste instante, minha vida retorna como um filme, a mesma vida, mas com um elenco diferente, com o roteiro alterado.

Não mais a mesma pessoa... antes menina, agora mulher, antes fantasia, agora realidade.

Um dia a gente cresce e vivenciamos um intenso trabalho de buscas, de descobertas, de novos questionamentos... a realidade se torna mais fria, não tem a ternura e a inocência da fantasia.

Antes soava a campainha da escola e a turma se alegrava.

- É hora do lanche! - lembrava a professora.

Muitos amigos, diversas brincadeiras, travessuras.

A campainha ainda soa, mas o ambiente mudou, tornou-se mais sereno. Ambiente de faculdade, não mais de escola. A turma já não é mais a mesma, os amigos mudaram. As brincadeiras já não são constantes, as travessuras agora não existem.

Um dia, sem querer, descobri com espanto que não mais brincava de bonecas e que a vida estava me transformando em uma mulher.

Ao chegar em casa, o cheirinho de incenso continuava a perfumar, porém não havia mais meus brinquedos espalhados pelo chão.

Um dia a gente cresce e descobre que brincar de ser gente grande era mais divertido.

Hoje não há mais tempo de brincar, de fantasiar...o relógio corre, o tempo voa...cada minuto precisa ser programado... tudo passa a ser automático.

Antes. aquela ânsia de crescer, de viver...e hoje a saudade de retornar a brincar...brincar de ser gente grande.

Fernanda Lovison
Enviado por Fernanda Lovison em 09/11/2009
Reeditado em 09/11/2009
Código do texto: T1913042