DEUSA DOS CEREAIS
 


 
O quê cê foi fazê nu matu,
Prumodi num feiz aqui?
Dexá nóis é um disacatu
Só prumodi dos saguí?
 
Óia aqui, dona minina!
Eu sei qui nu matu é bão
Mais água di serpentina
É chopp, né água não...
 
Ocê foi bebê nu matu
Purquê num bebe em Belô
Ocê panha carrapatu
Qui coça quié um horrô
 
Mais gostei da sua casinha
Arrudiada di serra
Cheia di cachuerinha
Qui vai moiano a terra.
 
Inté fiquei cum vontadi
Da carni acebolada
Cocê falô qui mardadi
Inda mais cum cervejada.
 
Num si ademori sia dona
Meu coração é fraquinhu
Pegui logu uma carona
Vem iscrevê bunitinhu.


 
Querida Ceres,
Só por que é deusa dos cereais, num precisa levar muito a sério o campo não...
A gente encontra tudo no supermercado, volta correndo, ah! E traz jabuticaba e amoras, ok?

Beijos Hull
 


 
Comentário para o texto: A caminho da roça (T1848414) – da querida poetisa Ceres Damasceno

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Meus queridos parceiros de Cordel e Sexteto começam a chegar. Obrigada queridos.




Mana, agora eu vô falá
O qui ocê num tá sabêno
Essas fruta nu meu quintá
Têm tânta qui tá si perdêno
Só num póssu procê mandá
Purquê elas vão si istragá
Pêlo têmpo qui vai corrêno!
 
Minina,ocê percisa vê
Os bintiví e os sanhaço
Das frutinha vêm cume
Fáiz grandi istardalháço
Junto cum ôtros passarín
Cânta aqui pru seu manín
Alegrâno pur dôndi pásso!
 
Tem jambo,araçá e outas também, Hulli.
Adoro essas fruteiras todas.
Bjs, linda maninha poetisa.
Ótima semana procê!
PS: CERES, deixa um pouco pros passarinhos também, né?! Tenha dó, sô...
Volte pra Belô! rsrsrsr...
 
Pedrinho Goltara

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VÓRTA, DEUSA CERES!


 
Minha Deusa da lavôra
Da vida das prantação
Tu sumiu lá na sarmôra
Daquele sár du sertão!
 
Intonci ocê num sabi
Qui nóis senti sua òsença,
A dô qui nunca acabi
Pareci inté u’a duença!
 
Ocê fica aí suzinha
Na sulidão dessa roça
I nóis aqui na cuzinha
Pensâno nessa paioça.
 
Eu sei qui aí tem sussêgu
I  seu amô cum vancê
Mai nóis pidimo arrêgo
Eu queru logo ti lê!
 
Daqui dessa capitáu
Nu sudeste do Brasir.
I tomêm na maioráu
Das cidadi qui já vi.
 
Eu, a mana i Pedrinhu
Si juntêmo pra fazê
Uns verso – bem bunitinhu
Oferecêmu procê!
 
(Milla Pereira)


O amigo Jacó Filho veio prestigiar essa festa na roça. Obrigada querido, 
 


Ir pra roça é sonho,
Que todo matuto tem...
E eu numi envergonho,
De sonhar assim tumém...
 
Escuitar os passarin,
Assistir o Sol nascer...
Namorar, assim, assim,
Oiando as água correr...
 
Cuidar de mudas novas,
Planificando colheitas...
Butar sementes na cova,
Admirar as borboletas...
 
Ser feliz nas coxoeira,
Beber agua nas nascente...
Aqui na roça sou gente,
O resto é tudo besteira...
 
Jacó Filho


 


Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 26/10/2009
Reeditado em 29/10/2009
Código do texto: T1887464
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