O DESCONTENTAMENTO DE UM RIO

-Límpidas e vivaz já foram minhas águas. Motivos de orgulho para muita gente.

-Ajudava até nas embarcações e pescas.

-Hoje eu vivo sufocado em meios a tantos lixos e detritos. Aos borbotões eles chegam e me desmerecem.

-Sem oxigênio, em mim não há vidas e os pobres bichinhos já se foram!

-Já não consigo nem respirar dignamente, oferecer uma beleza a quem me vê.

-Vejo nos pestanejar das pessoas as suas aversões.

-Sou motivo de náuseas aos viajantes que por minhas margens passam.

-Estão me matando, quase desviam o meu percurso, caminho com muitas dificuldades em meu leito à fora.

-A minha tristeza é infinita, enquanto os humanos não se conscientizarem do mal de que me fazem.

-Portanto deixo agora aqui a minha mensagem,

-Peço que cuidem de minhas águas, peço para existir.

09/10/2009

Djanira Campos
Enviado por Djanira Campos em 09/10/2009
Reeditado em 09/10/2009
Código do texto: T1856269