LEMBRANÇA SEM FIM
Às vezes fecho os olhos e me deparo com seu corpo caído ao chão. Tento não acreditar na imagem que vejo. Porém, quando volto à realidade revejo toda a cena que jamais imaginaria um dia ter visto. Ali, sobre a terra seca, seu corpo estendido, boquiaberto, imune de qualquer ação, se silenciava. Sua fisionomia jamais expressou tantos pedidos: alívio, dor, socorro e, sobretudo tranquilidade.
Encerrou-se a sua história. História esta responsável por modificar as que aqui ficaram. Pois sei que individualmente, cada irmão, pai e mãe, divisores do mesmo percurso pelos valiosos anos passados com a sua presença, hoje diante de qualquer emoção que faça o coração acelerar não é capaz de deixar de lembrar de você: do seu jeito extravagante, do seu jeito de "não esta nem aí". Enfim, da criança com o corpo de adulto, mas capaz de decidir o próprio destino.
Hoje é difícil passar um dia sem que suas lembranças não venham à tona. É difícil deixar de valorizar ainda mais a simplicidade sem lembrar de você. É difícil não querer se corrigir, e principalmente, corrigir o que nada acrescenta para promoção de pessoas em que as oportunidades são mínimas.
Meu irmão, neste um ano que se completa no dia sete de setembro, reflito e logo sinto a falta que nos faz, mesmo com maior compreensão, o pensamento não é capaz de apagar o som de sua voz, de seus passos, de suas gargalhadas, de sua bagunça, não é capaz de deixar de imaginar que um dia vamos nos reencontrar para, então, dizer-lhe que nunca deixamos de te amar...
Esteja em paz!
Anderson Douglas da Rocha. 07/09/2008
Magno Fernandes da Rocha. 13/03/2009