Saudade

"Última noite de inverno...

O vento soprava gélido e sem piedade...

As gotas da chuva batiam na janela...

Trovões e relâmpagos iluminavam e partiam em mil pedaços o silêncio...

O silêncio que reinava n'alma extasiada de terror...

Os olhos arregalados...

À espreita, a sensação, o aperto no peito...

O suor frio, a solidão...

Era vigiada por algo que não sabia o quê era...

A passos largos, as ruas desertas, mais um labirinto...

Um tormento infinito...

Com uma túnica negra, uma gargalhada aguda...

Sua identidade era omitida...

Sabia o terror que causava...

Deliciava-se ao ver o rubor escorrer pela face de suas vítimas...

Não era homem, não era animal...

Era sensação, estado mórbido...

Algo que sempre se aproximava quando outrora algo se afastava...

Era mistura de solidão, tristeza e esquecimento...

Algo que preenchia o vazio com o vazio...

Este se chama saudade..."

Eisam
Enviado por Eisam em 29/03/2009
Código do texto: T1512062
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